Por Que as Pessoas Acreditam
Michael Shermer
Tradução: Luís Reyes Gil
JSN Editora – 2011 – (384 p) – 1ª ed. (EUA) 1997
O comentado livro de Shermer é uma obra alentada, desde o Prefácio, Introdução e Prólogo, e o texto principal, dividido em cinco partes, subdivididas em dezoito capítulos, mais a Bibliografia e o Índice Remissivo. Chamam logo nossa atenção os temas – Ciência e Ceticismo; Pseudociência e Superstição; Evolução e Criacionismo; História e Pseudo-história; e A Esperança Brota Eterna.
Ao longo do livro o autor cita dezenas de coisas bizarras nas quais uma grande porcentagem de pessoas acredita. Mas além desse rol de coisas, ele se ocupa especialmente de questões como o empenho dos religiosos criacionistas em negar a evolução e impor a ideia da criação. Shermer relaciona vinte e cinco alegações dos criacionistas, seguidas pelas respectivas respostas dos evolucionistas, e cujo resumo se encontra logo abaixo.
Outros assuntos largamente abordados por ele são a Negação do Holocausto, a pseudociência, a pseudo-história, além das superstições, astrologia, abdução, etc.
Um parâmetro para coisas estranhas: uma afirmação não aceita por pessoas conhecedoras da questão envolvida, é improvável, contraria a lógica e não apresenta evidências. (p.314)
“a razão pela qual as pessoas acreditam em coisas estranhas é porque elas querem acreditar”. (p.307)
A dúvida realmente gera certo desconforto psicológico; sempre que as pessoas não tenham uma certeza, logo elas encontrarão uma que se tornará sua verdade. A crença em coisas estranhas reflete as idiossincrasias individuais. Um exemplo curioso é o das pessoas que não admitem que o homem foi à Lua, e no entanto essas mesmas pessoas acreditam nas superstições e religiões mais bizarras. Outra estranheza dessas atitudes é que elas não são exclusivas das pessoas pouco letradas; eventualmente até cientistas, filósofos, pensadores, podem acreditar em coisas estranhas, como alguns que o autor cita no livro. (Cap. 5)
Um alerta – de Carl Sagan:
“Se
você for apenas cético, as novas ideias não conseguirão penetrá-lo”. “Por outro
lado, se ficar aberto até o extremo da credulidade e não tiver um mínimo de
ceticismo, não saberá distinguir as ideias”.
“fazer o mais cético escrutínio de todas as hipóteses que nos forem apresentadas e, ao mesmo tempo, ter uma grande abertura para novas ideias”. (p.6)
No Prólogo o autor já menciona o medo da morte, a inconformidade com a finitude da vida, a necessidade de perpetuidade, as incertezas, a esperança, todas estimuladoras da busca por um além. “Num mundo em que a própria vida era tão incerta quanto a refeição seguinte, nossos ancestrais desenvolveram crenças na vida pós-morte e no mundo espiritual. Assim, quando estamos vulneráveis e com medo, o provedor de esperança só tem que fazer a promessa de uma vida após a morte e oferecer a mais frágil das provas. A credulidade humana faz o resto”. (p.33/34)